Sobre
"A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida e que se desenvolve para suavizá-la."
Arthur Schopenhauer
O objetivo da Arteterapia é proporcionar o cuidado integrado às áreas neurológica, cognitiva, afetiva e emocional, aprimorando a percepção, atenção, memória, pensamento, capacidade de previsão, exploração, execução, controle da ação, além de sua função social.
De acordo com o Family Guide to Alternative Medicine (Dicionário de Medicina Natural), a Arteterapia pode ser aplicada em qualquer pessoa, de qualquer idade, que tenha problemas emocionais, psicológicos ou que não consiga se expressar por palavras.
Com a técnica, é possível alcançar o conteúdo inconsciente de uma pessoa, que pode se manifestar por meio de símbolos, sinais ou imagens.
História
O uso de recursos artísticos com finalidades terapêuticas começa a ser incentivado no início do século XIX, pelo médico alemão Johann Christian Reil, [2] contemporâneo de Pinel. Este profissional estabeleceu um protocolo terapêutico, com finalidade de cura psiquiátrica onde incluiu o uso de desenhos, sons, textos para estabelecimento de uma comunicação com conteúdos internos. Estudos posteriores traçaram relações entre Arte e Psiquiatria, sendo que um profissional que também utilizou o recurso da arte aplicado à Psicopatologia foi Carl Jung, que passou a trabalhar com o fazer artístico, em forma de atividade criativa e integradora da personalidade:
"Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida" (Jung, 1920).
No Brasil, podem ser elencados os trabalhos desenvolvidos por Ulysses Pernambucano já no início do século XX, trabalho que estimulou a escrita da monografia de Silvio Moura, apresentada em 1923 e intitulada como "Manifestações artísticas nos alienados". Outro nome de importância é Osório César, que desenvolveu sua prática e pesquisas no Hospital do Juquery, na cidade de Franco da Rocha. Publicou em 1929 o livro "A expressão artística nos alienados", onde propõe uma forma de compreender as produções artísticas destes indivíduos. No hospital é inaugurada, oficialmente, a Oficina de Pintura em 1923 e a Escola Livre de Artes Plásticas em 1949. Outro nome importante no país é de Nise da Silveira (1905-1999), que desenvolveu seu trabalho no Hospital Engenho de Dentro no Rio de Janeiro implantando nas ações de terapia ocupacional ateliês de pintura e modelagem, cujo seto de arquivo foi posteriormente redimensionado como Museu de Imagens do Inconsciente tendo como finalidade a preservação dos trabalhos produzidos nos ateliês para exposição permanente e um núcleo de pesquisa da esquizofrenia.
Em sua biografia oficial Natalie Rogers, filha de Carl Rogers, cita ter fundado em 1984 o Instituto de Terapia Expressiva Centrada na Pessoa em Santa Rosa - Califórnia. Neste instituto desenvolveu trabalho expressivo; pintura, modelagem, expressão corporal, teatro, dança, música, poesia e mímica. Postula que a expressão deve ser verbalizada e compreendida pelo próprio cliente, e não interpretada pelo terapeuta. Posteriormente transformou-se em Centro de Artes Expressivas associadas e todo o material coletado nestes anos foi publicado em seu livro A conexão criativa: Artes Expressivas como cura (1993). Ainda segundo a biografia oficial, o referido Instituto encerrou atividades após 19 anos porém pela data citada como sendo do encerramento , 2005, temos vinte e um anos de funcionamento e não 19 como é citado na propria biografia.
Hoje este campo se ampliou, com a Arteterapia estando inserida em diversos campos e com a formulação, proposta pela União Brasileira das Associações de Arteterapia - UBAAT, de critérios mínimos que norteiam a formação deste profissional.